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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Dia Internacional pela Não Violência Contra a Mulher
Diretório Central dos Estudantes 11 de Agosto em apoio a União Brasileira de Mulheres (UBM), divulga o seu manifesta lançado ontem.
UBM lança Manifesto no Dia Internacional pela Não Violência Contra a Mulher
Qua, 24 de Novembro de 2010 21:38
A União Brasileira de Mulheres (UBM) lança neste Dia Internacional pela Não Violência Contra a Mulher, comemorado em 25 de novembro em todo o país, o Manifesto “Pelo fim da violência contra mulheres e meninas. Pela completa aplicação da Lei Maria da Penha”. No documento, a entidade reafirma o seu compromisso em defesa da emancipação, saúde e direitos da mulher e aponta os avanços obtidos por meio da criação de políticas públicas e serviços de combate à violência contra as mulheres. Clique aqui e leia o Manifesto na íntegra.
Nas últimas três décadas, o combate à violência contra a mulher - preocupação fundamental dos movimentos sociais, feminista e de mulheres - vem sendo intensificado. No Brasil, a Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, se tornou uma das mais importantes estratégias de mobilização e sensibilização da população para a problemática da violência contra as mulheres. De acordo com o Manifesto, ela dá “visibilidade às diferentes formas de violência, ainda presentes no cotidiano de muitas mulheres, a fim de sensibilizar a sociedade e cobrar do Estado o seu enfrentamento, que só se dará com a implantação das políticas públicas”.
Lei Maria da Penha - O documento também reforça a necessidade da implementação da Lei Maria da Penha. Sancionada em agosto de 2006, a lei combate à violência doméstica e de gênero, prevê punições mais rigorosas para as agressões e, entre outros, garante direitos de proteção às mulheres vitimadas. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a violência doméstica como um problema de saúde pública, pois afeta a integridade física e a saúde mental. Portanto, a defesa do Sistema Único da Saúde (SUS), garantindo a ampliação de uma rede de atendimento digno e eficaz, e o acesso aos serviços com muito respeito ao nosso corpo é uma das questões centrais para a efetivação da Lei Maria da Penha”.
No Manifesto, a entidade também exige das autoridades a ampliação das políticas públicas para por fim à violência contra as mulheres e meninas, além de explicar o impacto social que estas geram. “Há poucos anos, os casos de violência passavam despercebidos. Hoje, as pessoas têm auxiliado as mulheres a procurar apoio. A existência da lei "desnaturaliza" a violência e, com isso, as pessoas se tornam mais ativas ajudando as mulheres a pedir proteção. Outro dos grandes feitos da Lei Maria da Penha é o seu amplo conhecimento na sociedade e a compreensão das mulheres de que seus direitos são humanos”.
Rede de Atendimento - Outro ponto que a UBM enfatiza são os serviços de combate a violência contra as mulheres. Segundo a entidade, dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 –, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), confirmam que as pessoas estão denunciando e procurando mais informações sobre a violência doméstica. “De acordo com informações da Central, o Ligue 180 registrou 343.063 atendimentos entre janeiro e junho deste ano, 112% a mais que o mesmo período de 2009. Em quatro anos de atividade, a Central atendeu 371.537 pedidos de informações sobre a Lei, sendo que, desses, 67.040 somente nos seis primeiros meses deste ano”.
Dados da SPM também indicam que o número de serviços especializados para mulher aumentou em 161% no período desde sua criação, em 2003. Atualmente, existem 889 serviços especializados: 464 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, 165 Centros de Referência de Atendimento à Mulher, 72 Casas-Abrigo, 58 Defensorias Especializadas, 21 Promotorias Especializadas, e 12 serviços de responsabilização e educação do agressor. No que se refere à Justiça, foram criados, após a promulgação da Lei Maria da Penha, 89 juizados especializados/varas adaptadas de violência doméstica e familiar.
Campanha – A Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que vai de 20 de novembro a 10 de dezembro, está na sua 20ª edição e envolve organizações de 159 países. A data coincide com as comemorações ao aniversário da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O 25 de novembro - Criada em 1981 durante o I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em Bogotá (Colômbia), objetivava homenagear - simbolicamente - às irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana. Em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a data como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
Fonte: UBM
Fonte: UBM
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Feminino em questão: “...Mulher brasileira em primeiro LUGAR...”
É inegável a força desta expressão em nossa atualidade, as mulheres, enfim, estão ocupando seus postos de direito e, atuando de maneira incrível mediante nossa sociedade machista; Sim, machista, mesmo com as estatísticas apontando para um número maior de mulheres na população e como elevada inserção no mercado de trabalho, não se deve negar e muito menos ignorarmos as problemáticas existentes na questão feminina.
O machismo na sociedade brasileira é semelhante ao racismo, já está tão naturalizado que faz parte do inconsciente social. Não raro notamos piadas que rebaixam e maculem mesmo inseridas no mercado de trabalho, estão sempre na base, ou seja, são inseridas por baixo; isso sem analisar o mérito étnico-racial que geraria uma maior polêmica e que deve ser tratado em ocasião posterior; mas, não posso aqui deixar de mencionar que cerca 35% das acadêmicas negras formadas, acabam tendo que atuar em áreas que diferem de sua formação e as colocam em profissão rebaixada. Não raro em Rondonópolis-MT encontramos casos como este nos quais as mulheres negras formadas em curso superior, com diploma na mão, trabalhar de vendedoras, faxineiras, lavadeiras, entre outros; não que sejam profissões degradantes; porém, não é o que se espera de acadêmicas.
Infelizmente, temos notado neste machismo incrustado na sociedade brasileira o sentimento de posse, como se a mulher ao se casar, noivar, namorar ou mesmo “ficar”, fosse um objeto comprado, e seu dono só devolver se quando enjoado, cansado do uso ou pior, devolver a mulher espécie de “caixa grande”, para não chocar muito. Nossas mulheres têm sido mortas gratuitamente mediante mentes doentes; muitos me dizem: “mas a ‘Maria da Penha’ está aí”...
Agora pergunto de que adianta punir se o meio é quem gera o fruto?
Só posso dizer que para nossas mulheres esta lei foi um presente-bomba, que se tornou instrumento de punição daquele que já é historicamente oprimido: o pobre, exemplo disso é o silêncio que se faz do caso do triplo homicídio do Restaurante Verde Vale, ou pior da Morte de nossa Pró-Reitora Administrativa do Campus Universitário de Rondonópolis, prof.ª Dr.ª Sorahia Miranda, até onde me consta o mandante não foi a júri e, não me surpreenderia se este fosse inocentado; pois, tudo que vejo é o conformismo e o esquecimento de todos.
Entretanto, apesar de todos os fatores mencionados, vejo que as conquistas femininas continuam a se amargar e aumentar, tenho visto na UFMT/CUR, mulheres notáveis como minha mãe Elizene Barbosa, nossa presidenciável Pâmella Araújo Balcaçar, Grazy Lemes, Aparecida Santos, Dr.ª Lindalva Garske, Dr.ª Analy Polizel que são mulheres que muito me admiram por sua garra, competência e trabalho, muito melhor que muitos “Camaradas” que por aí vivem a “ladrar”, mas pouco fazer, a estas mulheres minha sincera homenagem aqui e, digo mais, nesta Semana da Igualdade Feminina, Mulheres com a inteligência, trabalho eficiente e charme feminino das citadas, conquistaram, conquistam e conquistarão muito mais que a igualdade, neste compasso estão muito próximas da superioridade se com sabedoria continuarem a caminhar, para aí sim sempre termos a mulher brasileira em Primeiro Lugar.
Elizene Barbosa Teixeira é Historiadora, Professora do Cursinho Pré-Vestibular Gratuito “Zumbi dos Palmares” da Prefeitura Municipal de Rondonópolis;
Pâmella Araújo Balcaçar é Tecnóloga em informática, graduando do curso de Ciências Biológicas da UFMT/CUR e Membro do DCE/UFMT/CUR.
Graziely dos Reis Lemes estar graduando do curso de Ciências Biológicas da UFMT/CUR e Membro do CUCA/UFMT/CUR.
Aparecida de Jesus Santos estar graduando do Curso de Psicologia da UFMT/CUR e pesquisadora Extensionista do Programa Conexões de Saberes UFMT/CUR; além de ser membro do Movimento Negro de Rondonópolis;
Dr.ª Lindalva Garske é Diretora do ICHS/CUR/UFMT.
Dr.ª Analy Castilho Polizel é Coordenadora e Professora do Curso de Engenharia Agrícola E ambiental da UFMT/CUR.
Por: Felipe Barbos Teixeira
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Feminino em Questão: Conheça a Jovem Bióloga que desenvolveu uma vacina para tratar uma das doenças mais comuns em mulheres
A figura é de uma jovem com cabelos compridos presos em meio rabo de cavalo, um discreto piercing no nariz e outro em forma de argola na orelha, além de calça de moletom, tênis e blusa confortável. O currículo mostra a experiência científica já de 8 anos em pesquisas, doutorado em curso na Universidade de São Paulo (USP) e criação de uma vacina que pode radicalizar o tratamento de uma das principais doenças femininas, o câncer de colo de útero.
Foto: Eduardo César/Fotoarena
Mariana Diniz, 28 anos, pesquisa fórmulas contra o HPV desde os 20 de idade
Quem reúne estes dois mundos, sem o menor sinal de contraste, é Mariana Diniz, 28 anos. De segunda a sexta-feira, ela veste o avental branco, “mergulha” no microscópio, faz e refaz experiências com camundongos, escreve artigos científicos e dá um duro danado no laboratório do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Aos finais de semana, escolhe uma beca mais descolada no armário, ideal para seu programa favorito que inclui sessões de cinema no Espaço Unibanco, bares na Rua Augusta e teatros promocionais no SESC, todos localizados na região mais moderna e descolada do centro paulistano.
Mariana foi a vencedora do prêmio nacional de jovens empreendedores no final do ano passado, promovido pelo banco Santander, e seu projeto acaba de ser selecionado para a disputa Ibero-americana.
A bolsa de R$ 50 mil que ganhou em novembro, usada para a continuidade das pesquisas, foi reconhecimento de um trabalho que teve iniciou em 2000, durante uma das primeiras aulas de graduação de Biologia do curso noturno da USP.
“O Instituto de Ciências Biomédicas precisa de estagiários para pesquisas sobre vacinas feitas com DNA”, disse a professora à turma de novatos. Aquele anúnico fez acender uma luz em Mariana.
Do papel para a realidade
O interesse na vaga é o início da história de uma cientista que antes de completar 30 anos já conseguiu indícios consistentes de que vai assinar a criação de uma vacina para tratar o HPV– as hoje disponíveis são preventivas da infecção.
Os testes em animais conduzidos por Mariana mostraram que as doses estimulam o sistema imunológico, impedem o avanço do vírus (causador do câncer de colo de útero), e reduzem as lesões. Se os efeitos forem confirmados em pessoas, em um futuro próximo, o produto poderá coibir a alta mortalidade de mulheres pela doença, hoje a terceira causa de morte do sexo feminino entre 10 e 49 anos, como mostram os dados do Ministério da Saúde.
“Conseguimos (o plural é em referência ao professor e dois colegas que ajudam no trabalho) ainda a parceria de um laboratório que vai financiar os testes clínicos em humanos e também a produção em larga escala das doses”, diz Mariana. “Esta segunda etapa dos testes deve começar já neste semestre. É muito bom saber que um projeto desenhado há tanto tempo pode sair do papel e virar realidade.”
Medicina, Alquimia e Cidade Universitária
Nascida em Campinas, interior de São Paulo, Mariana Diniz é a primeira de três irmãos. Sempre estudou em bons colégios e as notas altas conquistadas em todas as disciplinas, de Português à Geografia, além da predileção pela área biológica, inicialmente confundiram os planos da então garota. “Quando menina, achava que queria ser médica”, lembra.
Saiba mais sobre o HPV
* HPV não é indicativo de traição, diz especialista
* Vacina contra HPV para adultas
As brincadeiras de criança, no entanto, já indicavam que seu forte era o laboratório e não o consultório. “Adorava fazer experiências com aquele brinquedo Alquimia, misturar produtos e ver no que dava”. Perto de prestar vestibular, teve uma conversa com pediatras, ginecologistas e ortopedistas que não deixou dúvidas sobre qual caminho escolher. “Percebi que não era bem aquela profissão que queria. Pesquisa sempre foi algo que me encantou." Encontrou, então, a Biologia.
Os pais, uma professora de Educação Física e um especialista em máquinas de autopeças, nada sabiam sobre as funções de um biólogo, mas incentivaram os rumos anunciados pela primogênita. Encontrar o nome na lista de aprovados da USP fez com que ela deixasse imediatamente a casa em Campinas – grande e com quintal – para morar em um apartamento de 50 metros quadrados, dividido com outras quatro estudantes. “É pequenininho mas fica ao lado da Cidade Universitária (zona oeste paulistana). Tenho a vantagem de morar em São Paulo sem precisar enfrentar o que há de pior aqui, o trânsito”, diz.
Teste e vida real
As delícias de não ter o congestionamento entre casa/faculdade também fizeram a balança pender para o lado do “sim” na hora de Mariana aceitar a oportunidade de estagiar no laboratório dentro da própria USP. E as mais de oito horas que todo dia passava – e ainda passa – fazendo experimentos com as possíveis vacinas de DNA davam a sensação diária de que o seu lugar era mesmo entre tubos de ensaio, fórmulas matemáticas e reagentes químicos. “Fui me envolvendo, lendo os artigos científicos e incentivada a apresentar projetos para tentar bolsas de patrocínio”, avanços na carreira creditados ao orientador Luiz Carlos de Souza Ferreira.
Foto: Getty
As vacinas existentes hoje custam R$ 400 a dose, em média, e previnem contra o HPV. Não há imunizante terapêutico
Em 2002, Mariana encontrou a possibilidade de pesquisar uma vacina contra o HPV, vírus sexualmente transmissível que, dizem as pesquisas, acometem 80% das mulheres em alguma fase da vida.
Democrática, a doença está em todas as classes sociais, mas na parte mais carente da população, descobriu Mariana em seus estudos, a evolução do problema tende a ser mais cruel.
Para aquelas que não têm acesso à saúde de qualidade e não fazem exames simples, como o papanicolau, o vírus pode evoluir para o câncer de colo de útero, ainda muito letal no País (segundo o Instituto Nacional do Câncer serão 18.430 novos casos só este ano).
A “vida real” tornou-se fio condutor dos testes feitos por Mariana. “Ao mesmo tempo em que revolta ver mulheres morrendo de uma doença que poderia ter sido evitada com um simples papanicolaou, isso acaba virando incentivo para as pesquisas”, diz. “No laboratório, sempre focamos em encontrar uma vacina que não fosse cara e de fácil aplicação, para que pudesse chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS) e a quem mais precisa.”
Próximo passo
Após o encontro com o HPV, muitos avanços das pesquisas foram catalogados nas pranchetas, companheiras inseparáveis de Mariana. De estagiária do Instituto de Ciências Biomédicas da USP ela conseguiu passar direto da pós-graduação para o doutorado, sem o mestrado entre as duas fases como seria natural, de tão sólidos que foram seus achados.
Com os resultados em mãos e com o dinheiro conseguido com o prêmio Santander, Mariana criou uma empresa e conseguiu a parceria com o laboratório, a Farmacore, para avançar ainda mais na elaboração do produto. Para comprovar se a vacina será a saída para quem só vê o médico depois que as lesões provocadas pelo HPV estão em fase muito crítica, a bióloga e a empresa aguardam aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a produação em escala e aplicá-la em humanos.
Entre uma espera e outra, a tática para reduzir a ansiedade – e garantir a sobrevivência – diz Mariana, é sempre pensar em um novo projeto. “Quem trabalha com pesquisa e vive de bolsas de estudos precisa dar um passo já pensando no próximo, com no mínimo seis meses de antecedência entre um e outro”, dá a dica aos que pensam em seguir carreira.
União
Um passo depois do outro e Mariana Diniz tornou-se uma das jovens cientistas mais promissoras do País sem precisar abdicar das horas consideradas preciosas para lazer, academia e namoro. A bandeira que levanta contra o HPV é emblemática: reúne vida real e a ciência, duas paixões que ela sempre conseguiu conciliar no mesmo caminho.
Fonte: Saúde da Mulher Portal MSN
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Mulheres
domingo, 22 de agosto de 2010
Coluna "Feminino em questão": Mais Política para as Mulheres? Ou Mais Mulheres na Política?
É certo que nessa semana que iniciou-se a partir de hoje, eu, membro do Diretório Central dos Estudantes 11 de Agosto, declarante feminista, não poderia deixar de pautar aqui alguns artigos interessantes a respeito do tema Equidade de Gênero, e principalmente, manifestar minhas considerações diante do cenário atual em que nos encontra. Pois, nessa semana, teremos que evidenciar a importância do dia 26 de Agosto, DIA INTERNACIONAL DA IGUALDADE DA MULHER.
Sem dúvida nenhuma que foi um marco nesse início do mês de agosto, dia 4, quando a militante estudantil, a diretora de mulheres da UNE, Fabíola Paulino pôde tomar posse no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).[1] Portanto, consolidou-se uma conquista que não só aumentará a força da entidade, UNE, como ainda, a colocará em mais proeminência no que tange também nas lutas feministas, permitindo também uma discussão maior da juventude feminina.
Contudo, a história dessa entidade que no último dia 11 de agosto comemorou seus 73 anos de existência, nos mostra uma outra face. Talvez, de início, possa parecer machismo da entidade ou certa oposição minha contra a mesma, mas, gostaria de deixar bem claro, que absolutamente, não é nada disso.
Todavia, é necessário ressaltar alguns pontos antes de continuamos a discussão:
1º) Para quem não sabe, a entidade, começou a funcionar no prédio da Casa do Estudante do Brasil, na capital do Rio de Janeiro, sob a direção de Ana Amélia Queirós Carneiro de Mendonça. No dia 11 de agosto de 1937, a partir do I Congresso Nacional dos Estudantes, surge a União Nacional dos Estudantes (UNE).[2]
2º) Apesar dos mais de 50 presidentes que tomaram posse na entidade, somente, 4 foram mulheres: Clara Araújo (1982-1983); Gisela Mendonça (1986-1987); Patrícia de Angelis (1991-1992) e Lúcia Stumpf (2007-2009) - foto abaixo.[2] Visto que a somente a última teve um mandato maior dentre as outras.
A luta feminista no Brasil teve início, no século XIX, com as primeiras manifestações das mulheres que reivindicaram as vossas igualdades políticas, ao mesmo tempo, desafiaram a ordem conservadora que excluía a existência civil da mulher. É válido ressalvar: “A luta pelo direito subjetivo é um dever do titulo para consigo mesmo. defesa da própria existência é a lei suprema de toda vida: manifesta-se em todas as criaturas por meio do instinto de autoconservação. No homem, porém, trata-se não apenas da vida física, mas também da existência moral; e uma das condições desta é a defesa do direito. No direito, o homem encontra e defende suas condições de subsistência moral; sem o direito, regride à condições animalesca, tanto que os romanos, numa coerência perfeita, colocavam os escravos no mesmo nível dos animais, do ponto de vista do direito abstrato. ” [3]
É evidente que o autor ao falar o homem, ele não configura apenas no ser masculino, mas, sim como um todo na espécie Homo sapiens. Além disso, demonstra a importância que se tem na luta pelo direito subjetivo, ou seja, da subsistência moral.
No entanto, podemos afirmar que o feminismo brasileiro surgiu e prosseguiu em primeira instância na luta pela igualdade política, tanto que, em 1922, foi fundado a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino que levantava as bandeiras: pelo voto, pela escolha do domicílio e pelo trabalho de mulheres sem autorização do marido.
Naturalmente, o feminismo brasileiro teve suas variáveis, e grandes lutas, mais gostaria de destacar aqui o que ocorreu na época da ditadura militar, em 1975, foi criado o Movimento Feminino pela Anistia. Esse movimento consolidou-se na sociedade pela independência de partidos políticos e outras ideologias.
Todavia, volto a questionar o porquê da entidade UNE, teve poucos momentos em sua história uma representatividade feminina à sua frente, que somente começou no ano de 1982. Tendo em vista, as diversas lutas empenhadas pelo feminismo brasileiro em toda sua existência, e, essencialmente, no tocante a igualdade política. “Eu acho que está muito registrado o machismo da nossa Universidade, o machismo a sociedade brasileira que se reproduz na Universidade e também no Movimento estudantil. Em 72 anos de história da UNE, apenas quatro mulheres foram presidentes, e nós tivemos nesse período mais de 50 presidentes. É um número bastante pequeno de mulheres que presidiram a entidade, ainda mais agora nesse período mais recente, que as mulheres são maioria nas Universidades. Nós representamos 52% das matrículas universitárias do país e somos, sem dúvida, ampla minoria nos espaços de poder no Movimento Estudantil.[...] isso deixa claro a necessidade de lutarmos contra o machismo na sociedade brasileira, contra o machismo na Universidade, que é muito forte, muito presente, e também nos Movimentos Sociais, em especial no Movimento Estudantil.” [4]
Em conformismo cito: “As mulheres de hoje estão destronando o mito da feminilidade; começam a afirmar sua independência; mas não é sem dificuldade que conseguem viver integralmente sua condição de ser humano. Educadas por mulheres, no seio de um mundo feminino, seu destino normal é o casamento que ainda as subordina praticamente ao homem; o prestígio viril está longe de se ter apagado: assenta ainda em sólidas bases econômicas e sociais. É pois necessário estudar com cuidado o destino tradicional da mulher. Como a mulher faz o aprendizado de sua condição, como a sente, em que universo se acha encerrada, que evasões lhe são permitidas, eis o que procurarei descrever. Só então poderemos compreender que problemas se apresentam às mulheres que, herdeiras de um pesado passado, se esforçam por forjar um futuro novo.” [5]
Decerto, a questão é bem delicada. Porque a mulher, em sua grande maioria, sempre são educadas pelas mulheres, e são, na maioria das vezes, conduzidas pelo conservadorismo e machismo das mães. Devemos mudar esse contexto nas gerações atuais para que nas próximas não seja acometido tal paradoxo.
Sobretudo, termos que admirar em toda história da República do Brasil a coragem e a ousadia das duas presidenciáveis: Dilma Rousseff e Marina da Silva.
____________
1 – PAULINO, Fabíola, et. al. UNE entra no Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres . Disponível em: http://mulheresnaune.blogspot.com/2010/08/une-entra-no-conselho-nacional-dos.html
2 – SIQUEIRA, Carla, et. al. Memória do Movimento Estudantil. Disponível em: http://www.mme.org.br/main.asp Acesso em 20 ago. 2010. às 11:30.
3 – IHERING, Rudolf von. A Luta pelo Direito. 1. ed. São Paulo: Martin Claret, 2004, p. 41.
4 – STUMPF, Lúcia. Em entrevista com Lúcia Stumpf - presidente da UNE, a quarta mulher a ocupar cargo em 72 anos da instituição ao Portal Mais Mulheres no Poder Brasil. Disponível em: http://www.maismulheresnopoderbrasil.com.br/pdf/entrevistas/Entrevista_Lucia_Stumpf.pdf Acesso em 22 ago. 2010. às 17:00.
5 – BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, [1949] 1980, p. 7.
Por Pâmella A. Balcaçar
1ª Secretária DCE/UFMT-CUR
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